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Oct 09, 2023

Leia um trecho de Black River Orchard

É outono na cidade de Harrow, mas algo além da estação está mudando lá…

Estamos entusiasmados em compartilhar um trecho do mais novo romance de terror de Chuck WendigPomar do Rio Negro, em que uma pequena cidade se transforma quando sete árvores estranhas começam a produzir maçãs mágicas – saindo de Del Rey em 26 de setembro.

É outono na cidade de Harrow, mas algo além da estação está mudando lá.

Porque naquela cidade há um pomar, e nesse pomar, sete árvores muito incomuns. E daquelas árvores cresce um novo tipo de maçã: estranha, linda, com a casca tão vermelha que chega a ser preta.

Dê uma mordida em uma dessas maçãs e você só desejará devorar outra. E outro. Você se tornará mais forte. Mais vital. Mais você mesmo, você vai acreditar. Mas então o seu apetite pelas maçãs e pelos seus dons peculiares continuará a crescer – e a tornar-se mais sombrio.

É o que acontece quando os moradores da cidade descobrem o segredo do pomar. Logo parece que todos estão consumidos por uma obsessão pela magia das maçãs… e qual o problema, se isso os torna mais felizes, mais confiantes, mais poderosos?

Mesmo que no pomar haja algo mais enterrado além das sementes destas árvores extraordinárias: uma história sangrenta cujas raízes remontam às origens da cidade.

Mas agora as folhas estão caindo. Os dias ficam mais escuros. É hora da colheita e a cidade logo colherá o que plantou.

PRÓLOGO O PRIMEIRO

A história do guardião do pomar

Calla Paxson, de doze anos, endireitou-se na cama, o coração batendo forte como se o pesadelo que ela estava tendo ainda a perseguisse. Ela tentou perseguir o pesadelo, mas o pesadelo fugiu dela, deixando apenas a sensação crua e sem pele de sua passagem.

À medida que o sonho mergulhava na escuridão, uma nova certeza surgiu:

Alguém está na casa.

Foi apenas uma sensação – uma intrusão, como se o ar tivesse sido perturbado, agitado. É apenas um sonho ruim, ela pensou. Os sonhos pareciam ficar com você, a forma como o cheiro dos cigarros da amiga Esther pairava em seus cabelos, em suas roupas. (Tecnicamente, eram cigarros da mãe de Esther. Esther tinha treze anos e garantiu a Calla: “Sou adolescente, e adolescentes podem fumar”, acrescentando apressadamente, “mas não conte para minha mãe, porque ela vai me assassinar. .”)

Calla esfregou os olhos, olhou para o relógio digital ao lado de sua cama: 3h13

Seu coração estava batendo forte agora e ela não conseguiu acalmá-lo. Ela resmungou e caiu de volta no travesseiro, sabendo agora que voltar a dormir seria difícil.

Mas então, lá embaixo...

Um leve baque.

Ela sentou-se novamente. O coração acelerou para uma nova batida.

Não era mais apenas um sentimento, agora era uma realidade:

Alguém estava na casa.

Eles não tinham cachorro.

Seu pai estaria dormindo.

Então, que barulho foi esse?

A máquina de gelo da geladeira às vezes fazia barulho. Ou o aquecedor. Os canos dos radiadores batiam e batiam — afinal, era março, os dias esquentavam, as noites ainda eram frias. Ainda. Ela conhecia a máquina de fazer gelo, o aquecedor, os sons da velha casa de fazenda se acomodando.

Isto não foi isso.

Chame papai.

Descalça, com calças largas de flanela e uma camisa rosa Alessia Cara Band-Aid, Calla correu até a porta de seu quarto e a abriu uma fresta. Outro solavanco vindo do andar de baixo. Uma porta se fechando? Sua garganta se apertou de medo.

Ela correu pelo corredor até o quarto do pai - abriu a porta do quarto dele rapidamente, as velhas dobradiças reclamando (cale a boca, cale a boca, cale a boca), e correu para a cama e sacudiu o pai -

“Pai,” ela sibilou. "Pai!"

Mas sua mão caiu na cama. Ele não estava lá. Apenas seu edredom enrolado em um travesseiro.

Outro som lá embaixo. Desta vez, ela tinha certeza de que era a porta da frente abrindo e fechando. Calla correu pelo corredor na ponta dos pés, olhando para a escada...

E lá estava o pai dela, a porta da frente fechada atrás dele. O ar frio invadiu os degraus, arrepiando os braços nus da garota. Ele estava vestindo sua jaqueta de celeiro; ele estava lá fora. Seu cabelo estava uma bagunça. O suor escorria pela sua testa apesar do frio. Em seus braços longos, ele segurava um embrulho envolto em um velho conjunto de lençóis. Algo escuro e torto aparecia numa das extremidades. Calla soltou a respiração com um suspiro exasperado.

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